segunda-feira, 13 de abril de 2009

Watchmen - Tales of the Black Freighter


Aproveitando o entusiasmo gerado à volta de Watchmen, surge agora, directamente em DVD, uma curta-metragem de animação intitulada Tales of the Black Freighter.

O objectivo do projecto foi adaptar esta "sub-história", originalmente publicada na BD, e enriquecer (um pouco à semelhança do que foi feito na experiência Matrix, com todos os jogos, livros e animações associados aos filmes) ainda mais a vasta mitologia revolvendo em torno de Watchmen.

Narrado por Gerard Butler, realizado por Daniel Delpurgatorio e co-escrito por Zack Snyder, o filme incide sobre a história de um capitão, único sobrevivente de um naufrágio, na sua luta pela vida e esperança de regresso a casa, através de um dilacerante relato sobre dor, morte e loucura. São cerca de 25 minutos altamente perturbantes e imersivos.

Fazendo-se acompanhar de alguns extras, devo ainda referir a inclusão de um muito inteligente "fakementary", Under the Hood, filmado em imagem real e com alguns dos actores de Watchmen, relatando o processo de escrita da biografia de Nite Owl e dos Minutemen, referida no decurso do filme de cinema.

No seu todo, é um DVD paralelo, mas bem recheado e pertinente, que podem encontrar, por menos de 10€, em play.com.

domingo, 12 de abril de 2009

Boa Páscoa

É o meu desejo para os restantes hóspedes desta Pensão e para a nossa simpática gerência.

Abraços!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Watchmen


Fui ver recentemente a adaptação de Watchmen ao cinema. Ok, infelizmente em Alemão, como não podia deixar de ser, mas o conhecimento da obra de BD (que não proclamo ser ultra-extenso, como muitos fanboys na net, uma vez que já se passou algum tempo desde a última leitura que fiz) foi mais que suficiente para fazer as comparações necessárias entre o livro e o filme.

Fiquei bastante agradado, principalmente tendo em conta a dificuldade que é adaptar uma obra extensa, com bastantes linhas narrativas, flashbacks e pormenores contidos no original.

O facto de que a minha namorada, que não conhece o original nem é particularmente fã de filmes de ficção científica ou de super-heróis, conseguiu apreciar o filme e não se mostrou demasiado confundida com o enredo, é sinal claro que a equipa do filme conseguiu um filme coerente e a funcionar relativamente bem de forma independente. Aliás, a leitura do review de Roger Ebert, conhecido e reputado crítico de cinema, também ele desconhecedor da obra original, leva à mesma conclusão.

Gosto do estilo visual de Zack Snyder e aprecio bem mais o seu estilo de filmar/editar e coreografar as cenas de luta, do que o estilo confuso de Christopher Nolan. Aliás, este é o único problema que encontro em Nolan.

Tenho no entanto alguns detalhes a apontar que, na minha opinião, poderiam ter sido melhor executados:

- um deles é o Dr. Manhattan, cuja figura poderia ter sido melhor integrada no filme, embora admita que o brilho que o seu corpo emite, e a que os nossos olhos não se encontram naturalmente habituados, denuncia de forma mais flagrante que a personagem é digital. Ainda assim, preferia ver a musculatura da personagem reduzida, de forma a conseguir uma figura mais elegante e natural. Concordo que a personagem é musculada na obra original, mas em termos de filme, creio que o "efeito digital" da personagem poderia ser atenuado através de uma silhueta um pouco mais moderada;

- não gostei muito do actor escolhido para fazer de Ozymandias. Achei o casting, de forma geral muito bem feito, com os actores bem adaptados às personagens, mas o semblante de Matthew Goode não encaixa bem com a figura da BD e a arrogância na sua interpretação de Veidt está um pouco distanciada do narcisismo racional e o semblante de naturalidade quase inocente com que Veidt se apresenta na BD;

- a alteração do final deixa sempre um saborzinho amargo na boca, principalmente quando o resto do filme denota um esforço grande para se manter fiel à BD, mas admito que funciona bem na mesma e não retira valor ao conceito presente no livro.

Bem, com apenas um visionamento, é-me difícil escrever mais, e acredito que até seja uma benção, para quem se arriscar ao aborrecimento de tão longo post. Resta-me aguardar até poder ver o filme de novo, agora em Inglês (possivelmente o Director's Cut, anunciado também para cinema mas com data ainda incerta, se não me engano), para ver se me "dá na tola" para escrever algo mais.