quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Falar p'ro boneco! # 3

Este já cá canta! Adoro as proporções exageradas, tipicamente nipónicas.












Manga Spawn 2, referente à linha Spawn Series 34: Classics, de 2008, da (obviamente!) McFarlane Toys.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Discos Pedidos # 13

A música que coloco aqui é uma daquelas que considero perfeita. Melodia irrepreensível, letra brilhante, enfim, um resultado excelente. Uma sonoridade elegante, um pouco mundana e cosmopolita que, bem vistas as coisas, são uma característica dos The Divine Comedy. Uma banda subvalorizada e que devia andar sempre no nosso mp3. Espero que gostem!


The Divine Comedy - "A Lady of a Certain Age"

A Lady Of A Certain Age

Back in the day you had been part of the smart set
You'd holidayed with kings, dined out with starlets
From London to New York, Cap Ferrat to Capri
In perfume by Chanel and clothes by Givenchy
You sipped camparis with David and Peter
At Noel's parties by Lake Geneva
Scaling the dizzy heights of high society
Armed only with a cheque-book and a family tree

You chased the sun around the Côte d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you on your own and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was seventy"
And he'd say,"no, you couldn't be!"

You had to marry someone very very rich
So that you might be kept in the style to which
You had all of your life been accustomed to
But that the socialists had taxed away from you
You gave him children, a girl and a boy
To keep your sanity a nanny was employed
And when the time came they were sent away
Well that was simply what you did in those days

You chased the sun around the Côte d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you on your own and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was sixty three"
And he'd say,"no, you couldn't be!

Your son's in stocks and bonds and lives back in Surrey
Flies down once in a while and leaves in a hurry
Your daughter never finished her finishing school
Married a strange young man of whom you don't approve
Your husband's hollow heart gave out one Christmas Day
He left the villa to his mistress in Marseilles
And so you come here to escape your little flat
Hoping someone will fill your glass and let you chat about how

You chased the sun around the Côte d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you all alone and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was fifty three"
And he'd say,"no, you couldn't be!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Última morada

Infelizmente, as visitas regulares ao cemitério passaram a fazer parte da minha vida. E ao longo deste tempo, não pude deixar de reparar que as pessoas têm pouquíssima imaginação no que diz respeito à escolha das inscrições tumulares. São todas muito parecidas e todas igualmente sem graça e até, como dizer, parvas: “Eterna saudade de…”, “Ficarás para sempre no nosso coração”, “Última recordação de sua família”, etc, etc…
Eu sei bem por experiência própria que quando se perde alguém muito próximo não há grande discernimento para arranjar uma frase interessante e original para servir de epitáfio. Normalmente, o que acontece é seguir-se uma das sugestões dadas por quem irá fazer a respectiva inscrição, o que não costuma ser um bom prenúncio, ou então percorrer o cemitério local e procurar nas sepulturas de mortos desconhecidos frases que definam o que sentíamos por quem perdemos (o que, convenhamos, é um programinha social pós-notícia de morte e pré-enterro bem catita!). Regra geral, o resultado costuma a ser piroso e de gosto duvidoso.
Quanto a mim, o ideal seria recorrer a uma empresa ou agência e dar aos profissionais todos os dados relativos à pessoa falecida. Estas agências seriam uma mistura entre agências de viagem e mediadores imobiliários – tratariam da nossa última viagem e também da nossa última morada. (E poderíamos ter algo como Agência de Viagens Abreu – o limite é o Céu; ou imobiliárias Já Era!). Desta forma, estes profissionais poderiam pôr toda a sua criatividade a funcionar e criar algo único e surpreendente. Mas tanto quanto sei, não existem estabelecimentos deste género, o que mostra a falta de visão dos nossos investidores e revela a minha excepcional capacidade para singrar no mundo empresarial (infelizmente, mais ninguém a vê).
As pessoas já fazem testamentos e já compram sepulturas antecipando o que sabem ser certo. Mas propunha que se fosse um bocadinho mais além e cada um de nós registasse também o que pretende que esteja escrito no seu próprio epitáfio, para evitar que lugares-comuns façam parte da nossa última morada. Eu, pelo sim pelo não já fiz uma lista de algumas frases que não me importaria de ver escritas na minha lápide:
"A morte fica-te tão bem!"
"Desconhecido nesta morada."
"Para qualquer informação, dirija-se à campa ao lado."
"Volto já!"
"Vende-se lugar. Boa vizinhança."
"Por favor, faça pouco barulho. Estou a tentar descansar."
"Eu não pedi para cá estar…"
"Aberto todos os dias das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00."
"Eu não sou de cá. Estou só de passagem."
"Encerrado para descanso do pessoal."
"Mãe, estou aqui!"
"Capacidade: 4 lugares deitados."

Aceitam-se mais sugestões. (E também um sócio com capital…)

Mentes mesmo (?) brilhantes – os prémios IgNobel

Os prémios IgNobel são, à semelhança do que acontece com os Nobel, prémios atribuídos anualmente a investigadores que viram os seus trabalhos publicados em revistas prestigiadas internacionalmente. No entanto, estes visam premiar as descobertas/conclusões mais incríveis que, segundo os organizadores, "nos fazem rir e depois pensar". Estes prémios são atribuídos pela revista humorística Annals of Improbable Research e a edição deste ano (18.ª) atribuiu os seguintes galardões:
IgNobel da Economia – atribuído a investigadores que estudaram os efeitos do ciclo ovulatório nas gorjetas das dançarinas de bar (durante a ovulação há mais gorjetas e as dançarinas que usam pílula não tiveram oscilação de gorjetas durante o ciclo menstrual).

IgNobel da Química – atribuído a dois artigos contraditórios sobre os efeitos espermicidas da Coca-Cola. O primeiro foi publicado por cientistas americanos no New England Journal of Medicine, em 1985, defendendo esses efeitos; e o segundo, publicado por investigadores de Taiwan na Human Toxicology, em 1987, dizendo exactamente o contrário.

IgNobel da Biologia – atribuído a três investigadores franceses por descobrirem que as pulgas que vivem nos cães saltam mais alto do que as pulgas que vivem nos gatos. (Artigo publicado na revista científica Veterinary Parasitology em 2000.)

IgNobel da Nutrição – atribuído aos investigadores Massimiliano Zampini, da Universidade de Trento, em Itália, e Charles Spence, da Universidade de Oxford, por estudarem a forma para modificar electronicamente o som de uma batata frita de forma a parecer mais estaladiça e fresca do que realmente é. (Publicado no Journal of Sensory Studies, em 2004)

IgNobel da Arqueologia – atribuído a dois investigadores brasileiros pelo artigo "O papel dos armadillos no movimento dos materiais arqueológicos: uma abordagem experimental". (Publicado na Geoarchaeology, em 2003)

IgNobel da Paz – atribuído ao Comité Federal Ético da Biotecnologia Não-Humana da Suíça por adoptar o princípio legal de que as plantas têm dignidade.

IgNobel da Medicina – atribuído a Dan Ariely da Duke University, que demonstrou que os remédios falsificados mais caros produzem mais efeito do que os remédios falsificados mais baratos. (Publicado no Journal of the American Medical Association)

IgNobel da Ciência Cognitiva – atribuído a dois investigadores japoneses e um húngaro que descobriram que os micetozoários, uma espécie de amiba, conseguem resolver puzzles. (Publicado na Nature em Setembro de 2000)

IgNobel da Física – atribuído a dois investigadores americanos que conseguiram provar matematicamente que fios de cordel ou cabelo acabam inevitavelmente por se embaraçar. (Publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences, em Novembro de 2007)

IgNobel da Literatura – atribuído a David Sims, da Cass Business School, em Londres, pelo seu estudo sobre a experiência da indignação dentro das empresas. (Publicado na revista Organization Studies, em 2005)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

That leaving feeling…

Porque, de vez em quando, todos temos vontade de partir, de deixar tudo para trás, de fugir do passado e do futuro.

A música é de Stuart Staples (Tindersticks), do seu 1.º álbum a solo e tem a participação especial de Lhasa de Sela. Acho que o dueto funciona muito bem e é neste registo que gosto de ouvir Lhasa (que me perdoem os verdadeiros fãs dela, mas não gosto particularmente do exercício vocal que ela costuma fazer, levando a voz mais ao limite, mas o defeito há-de ser meu, com certeza).


Stuart Staples com Lhasa de Sela – "That leaving feeling"

"That leaving feeling"

Stuart Staples:
I get that leaving feeling
This time it's here to stay
I've been weighing up the pulling
And pushing me away
The past is so heavy
But it's something I can't leave
And this future is so certain
It just pushes me to my knees

Lhasa:
Is that your heart talking
Or just that befuddled mind
The people that you love
They change when you leave them behind

Stuart Staples:
But this rope that is pulling
Is whittled down to a thread
And if I don't start climbing
Pretty soon it'll be over my head

Lhasa:
We all have dreams of leaving
We all want to make a new start
Go and pack a little suitcase
With the pieces of our hearts
All those worries and those sorrows
We can just toss them away
Buy a coffee and a paper
And go step on to a train

Stuart Staples:
But I've been too long wandering
Limping around this town
With everything that's pulling me
Is pulling me further down

Lhasa:
Go make all your excuses
Go say all your goodbyes
But take a look in the mirror
It's the hardest one you'll ever find
All those worries and those sorrows
You can just toss them away
Go find a new tomorrow
And forget about your yesterdays
So go and pat your kids
And kiss your dog goodbye
Leave your keys on the nail
With the sadness that's in your eyes

Stuart Staples:
Maybe tomorrow, today looks like it's bringing rain
And I'll leave everything in order
I don't want nothing standing in my way
There are jobs that need tending
And the logs that are waiting to stack
And I'll leave everything in order
I don't want nothing that's going to hold me back