segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mentes mesmo (?) brilhantes – os prémios IgNobel

Os prémios IgNobel são, à semelhança do que acontece com os Nobel, prémios atribuídos anualmente a investigadores que viram os seus trabalhos publicados em revistas prestigiadas internacionalmente. No entanto, estes visam premiar as descobertas/conclusões mais incríveis que, segundo os organizadores, "nos fazem rir e depois pensar". Estes prémios são atribuídos pela revista humorística Annals of Improbable Research e a edição deste ano (18.ª) atribuiu os seguintes galardões:
IgNobel da Economia – atribuído a investigadores que estudaram os efeitos do ciclo ovulatório nas gorjetas das dançarinas de bar (durante a ovulação há mais gorjetas e as dançarinas que usam pílula não tiveram oscilação de gorjetas durante o ciclo menstrual).

IgNobel da Química – atribuído a dois artigos contraditórios sobre os efeitos espermicidas da Coca-Cola. O primeiro foi publicado por cientistas americanos no New England Journal of Medicine, em 1985, defendendo esses efeitos; e o segundo, publicado por investigadores de Taiwan na Human Toxicology, em 1987, dizendo exactamente o contrário.

IgNobel da Biologia – atribuído a três investigadores franceses por descobrirem que as pulgas que vivem nos cães saltam mais alto do que as pulgas que vivem nos gatos. (Artigo publicado na revista científica Veterinary Parasitology em 2000.)

IgNobel da Nutrição – atribuído aos investigadores Massimiliano Zampini, da Universidade de Trento, em Itália, e Charles Spence, da Universidade de Oxford, por estudarem a forma para modificar electronicamente o som de uma batata frita de forma a parecer mais estaladiça e fresca do que realmente é. (Publicado no Journal of Sensory Studies, em 2004)

IgNobel da Arqueologia – atribuído a dois investigadores brasileiros pelo artigo "O papel dos armadillos no movimento dos materiais arqueológicos: uma abordagem experimental". (Publicado na Geoarchaeology, em 2003)

IgNobel da Paz – atribuído ao Comité Federal Ético da Biotecnologia Não-Humana da Suíça por adoptar o princípio legal de que as plantas têm dignidade.

IgNobel da Medicina – atribuído a Dan Ariely da Duke University, que demonstrou que os remédios falsificados mais caros produzem mais efeito do que os remédios falsificados mais baratos. (Publicado no Journal of the American Medical Association)

IgNobel da Ciência Cognitiva – atribuído a dois investigadores japoneses e um húngaro que descobriram que os micetozoários, uma espécie de amiba, conseguem resolver puzzles. (Publicado na Nature em Setembro de 2000)

IgNobel da Física – atribuído a dois investigadores americanos que conseguiram provar matematicamente que fios de cordel ou cabelo acabam inevitavelmente por se embaraçar. (Publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences, em Novembro de 2007)

IgNobel da Literatura – atribuído a David Sims, da Cass Business School, em Londres, pelo seu estudo sobre a experiência da indignação dentro das empresas. (Publicado na revista Organization Studies, em 2005)

1 comentário:

Curufinwë disse...

Então aqui vai o meu comentário aos IgNobéis:

- Economia - as feromonas são abase da economia sustentável.
- Química - é o que dá usar Coca-Cola como lubrificante; mais valia usarem a garrafa como preservativo (embora acabe, com certeza, por estragar qualquer coisa!).
- Biologia - definitely "dog people".
- Nutrição - estudo pago, certamente, pela McDonald's.
- Arqueologia - criaturas inquisitivas, os armadillos, conhecidos pela incessante procura da sua identidade e papel no Universo, através do conhecimento do passado.
- Paz - nem mesmo as plantas dos pés, gozam de tamanho atributo.
- Medicina - no shit! terá alguma coisa a ver com os componentes utilizados ou estará o efeito placebo directamente relacionado com o dinheiro gasto? se calhar volta a ter referente nas feromonas...
- Ciência Cognitiva - os japoneses não me espantam; já o húngaro subverte a minha pré-estabelecida, arrumadinha e confortável, ordem cósmica do Universo.
- Física - fico descansado por saber que os fundos para a investigação científica são distribuídos de forma consciente, responsável e criteriosa.
- Literatura - ah, liberdade poética!