domingo, 20 de julho de 2008

"Miss Finch"


Originalmente publicado sob a forma de conto, na premiada antologia de textos de Neil Gaiman, Smoke and Mirrors: Short Fictions and Illusions, The Facts in the Case of the Departure of Miss Finch vê agora a sua adaptação para banda desenhada pela mão do ilustrador Michael Zulli e de Todd Klein (que adaptou o argumento), publicada pela Dark Horse.

De forma muito sucinta, a história desenrola-se nos subterrâneos de Londres (alguém se lembra de Neverwhere?), onde um grupo circense, de nome "The Theater of Night's Dreaming" (e de The Sandman?), vai apresentando a sua exibição (cujas atracções são executadas, em grande parte, de forma pouco convincente) a um conjunto de espectadores, que vai sendo conduzido de galeria em galeria, consoante o espectáculo se vai desenrolando. No decurso de um dos números, "Miss Finch" (colocado entre aspas porque, como as personagens mencionam frequentemente, este não é o seu verdadeiro nome) desaparece - revelar o que quer que seja mais estraga o enredo.

Vários são os escritos de Gaiman transpostos para banda desenhada (não consigo esquecer o extraordinário Creatures of the Night, também ele ilustrado por Zulli). No entanto, não seria honesto dizer que esta história é fantástica. Não o é. Talvez a adaptação não fosse a mais correcta (a ilustração, por seu turno, não é o melhor que Zulli já fez), talvez a história fosse menos inspirada. Quem não conhece o autor, provavelmente, vai ficar satisfeito com o livro, por isso recomendo-o; quem conhece, poderia esperar um pouco mais.

Não posso terminar, no entanto, sem referir que Neil Gaiman é o meu autor de BD favorito e um dos escritores que mais respeito, pelo seu imaginário único. Mesmo que The Facts in the Case of the Departure of Miss Finch fosse o meu primeiro contacto com a sua obra, pelo abismo qualitativo que existe entre esta e as demais bandas desenhadas que por aí grassam, ficaria cativado.

1 comentário:

Soneca disse...

Acho que vou querer ler isso. Pode não ser extraordinário, mas Gaiman é sempre Gaiman! E de pensar que já lhe apertei a mão!!!