sexta-feira, 4 de julho de 2008

Clube Arcanum


Terminei de ler mais um título da Saída de Emergência, Clube Arcanum, de Thomas Wheeler.
Displicentemente catalogado pelo mundo editorial como thriller, daquela estirpe inaugurada por Dan Brown e o seu Código Da Vinci, aproxima-se muito mais do género fantástico (ou, até mesmo, do Terror) do que daquele, salvaguardando, no entanto, o já clássico, saturante e monótono motivo do "segredo apócrifo do passado (desta feita, o Livro de Enoque - profeta bisavô de Noé), revelado no presente, com terríveis consequências para o futuro".
Embora temática e estilisticamente não seja uma obra-prima, e muito menos obrigatória, vai, com certeza, agradar-vos e divertir-vos se, como eu, forem ávidos "consumidores" de leitura, já que, de outra forma, não vos enriquecerá cultural ou literariamente. Devo, não obstante, referir que o último quarto do livro imprime um tal ritmo à narrativa, que é difícil resistir a voltar uma e mais outra página, até ao seu desfecho.
No entanto, a razão por que deixo aqui este post prende-se, fundamentalmente, com dois pontos:

1.º - o facto das personagens principais terem sido reais - Sir Arthur Conan Doyle (criador de Sherlock Holmes), Harry Houdini (famoso escapista), H. P. Lovecraft (escritor pulp, de culto), Marie Laveau (Raínha Vudu, a qual, confesso, não conhecia) e, até mesmo, Aleister Crowley (do grupo ocultista "Aurora Dourada");

2.º - a sociedade secreta, da qual o livro extrai o seu título, remete, automaticamente, para duas das mais interessante e bem escritas bandas desenhadas, da última década - B.P.R.D. (Bureau for Paranormal Research and Defense), de Mike Mignola, e League of Extraordinary Gentlemen, de Alan Moore, ambos grupos de investigação e intervenção que lidam com eventos e indivíduos à margem daquilo que é, vulgarmente, considerado normal ou natural.

De qualquer forma, se não ficaram, minimamente, interessados com o pouco que vos revelo, é provável, que este não seja, compreensivelmente, o vosso género e, dificilmente, Clube Arcanum ficaria na vossa memória, mesmo que o lêssem.

1 comentário:

Soneca disse...

Não li, mas conheço bem o livro. Já o vi lá por casa ;)!

Acho interessante o facto de ter como personagens pessoas que realmente existiram. A mim agrada-me!

Pena que o livro não acrescente muito... De qualquer forma, se remete, seja lá como for, para o Mignola e para o Alan Moore, já vale a pena.

Fico à espera do próximo comentário literário.