quinta-feira, 24 de julho de 2008

Tourada ou a abstracção dos números?

No dia 22, do mês Julho, no ano da graça de Nosso Senhor de 2008, durante a pausa laboral consagrada no Código do Trabalho, estávamos nós a roer umas tostas em frente ao “demónio televisivo”, onde, na TVI, era emitido o programa da manhã. Fracos de espírito como somos, sem uma vontade férrea que nos dotasse de energia para mudarmos de canal (facto a que a ausência de um comando nas imediações também não será alheia), lá fomos vegetando face ao ecrã, até, do habitual rodapé de estática comunicativa, sermos confrontados com a impossibilidade numérica que passamos a citar:

“Goucha, a tourada não tem lógica no século XXL.”

Ao invés de sucumbirmos a facilitismos e descartarmos esta construção linguística como paradigmática de uma (habitual) tacanhez colectiva, preferimos atribuí-la a um individualismo superior e tentarmos, humildemente, especular sobre as suas origens.
Que a aberração tauromáquica, na sua existência anómala, não tenha lógica, afigura-se-nos lógico e potencia a evidência de uma elevada acuidade ética. Que a exactidão matemática reflicta, subtilmente, uma relatividade cronológica, revela-se, de forma incisivamente polémica, como um paradoxo de abstracção conceptual.
Partindo desta premissa, avançaremos como única hipótese viável, neste momento, a possibilidade do sujeito emissor de tal mensagem ser um caminhante no tempo, ignorando, no entanto, qual o fluxo temporal que melhor se lhe adeque. Será ainda relevante questionar, embora se nos escape a resposta, quando teria sido emitida a dita comunicação e se, porventura, o seu autor seria vivo (ou mesmo nascido) aquando da recepção ou, simplesmente, deslocado entre as Eras.
Desta forma, somos conduzidos a uma conclusão, fundamentada na análise dos dados que pudemos apurar: dada a teórica evolução moral e tecnológica, alicerçada nos traços em observação, do sujeito em questão, a existência deste só poderá ser alienígena, em essência.

Estaremos, certamente, a lidar com algo no limiar da nossa realidade, absolutamente fora da nossa esfera de conhecimentos.
Não nos surpreenderia se na Praça da Alegria, da RTP1, nos fosse revelado que tudo o que temos como certo está errado...

2 comentários:

Anónimo disse...

LOL!!

Se a existência do ser em análise é alienígena ou não, não sei. Mas realmente parece-me haver aqui um desfazamento espaço-temporal: será que daqui a alguns séculos a numeração romana terá evoluído de tal forma que 30, até então grafado XXX, passará a escrever-se XXL? Será isto uma prova de que daqui a 9 séculos o mundo árabe e muçulmano estará sob o jugo ocidental, sendo isto emblemático de tal acontecimento – a supremacia extensível até ao mundo das ciências exactas, com o total aniquilamento da numeração árabe e consequente evolução da numeração romana?

Só me intriga uma coisa... Como é possível a existência de touradas daqui a nove séculos. Só prova que seres futuristas podem ser evoluídos, mas não necessariamente inteligentes. Mas também, tentar comunicar com o programa do Goucha não é bem a melhor forma de provas de inteligência...

Kaamuz disse...

wow, mas o gajo disse mesmo [xís, xís, éle]? <8 /