quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Medicina divina

A minha M. esteve hospitalizada durante algum tempo. A certa altura, foi transferida para uma das enfermarias do hospital. A esperança que essa mudança suscitou, levou-me a fazer uma pergunta, que é inevitável para um familiar, mas que nunca deve ser colocada a bem da nossa saúde mental:
"Vai correr tudo bem, não vai Sr.ª Enfermeira?"
"Sim, não se preocupe. Temos uma boa equipa de médicos. É claro que também pode piorar, mas há que ter fé."
Nessa altura, reparei que, em cima do armário, perto dos aparelhos de monitorização, havia uma estatueta de Nossa Senhora de Fátima. Pensei:
"Oh, diabo! Isto não pode ser bom sinal..." (E não foi.)
Algo está errado quando, em situações de doença, a nossa crença na recuperação não se baseia exclusivamente na confiança depositada no bom trabalho médico. É que nunca ouvi dizer que Deus ou a Nossa Senhora tivessem seguido Medicina... E isso explica muita coisa!

1 comentário:

horned_dog disse...

Pois é, mas dizem que o Nazareno curava tudo em que punha as mãos. O carcanhol que ele não faria agora com uma clínica na Boavista... Mas lá se viram todos para ele, quando os canudos que ganharam ao fim de uns longos anos a queimar as pestanas já não dá para mais. O problema é que os resultados não aparecem. Se fosse no futebol, já tinham mudado o "Mister" ainda o campeonato não is a meio...