sexta-feira, 9 de maio de 2008

Garden State

Esta semana vi Garden State, filme que há muito queria ver. Foi escrito e realizado por um tipo que muito aprecio, Zach Braff, que também o protagoniza. Alguns saberão quem ele é: quem tem bom gosto e é fã da série Scrubs, sabe que eu estou a falar do actor que interpreta o papel de J.D., Dr. Dorian. É um filme que aconselho, sem qualquer tipo de reservas e que mostra que Braff tem um grande futuro à sua frente. Em linhas gerais, a história é a seguinte: Andrew é um jovem empregado de mesa e actor ainda pouco conhecido, que vive um pouco adormecido devido à medicação que o seu pai e psiquiatra insiste em receitar-lhe. A morte da mãe obriga-o a regressar a casa após 9 anos de ausência e a vida dele jamais será a mesma. Andrew decide deixar de tomar as drogas receitadas pelo pai e começa finalmente a sentir e a viver verdadeiramente. Pelo caminho há o reencontro com velhos amigos e a descoberta de outros, como Sam (Natalie Portman), uma querida mentirosa compulsiva que o vai ajudar a ver a vida com outros olhos. Um filme muito bem conseguido e com vários momentos deliciosos. Um deles é quando Sam conhece Andrew e lhe dá ouvir The Shins (nomeadamente o tema “New Slang”), a melhor banda de música que há, assegurando-lhe que depois de a ouvir, a sua vida não será mais a mesma (é verdade, The Shins é muito bom e recomendo vivamente a todos, assim como recomendo a banda sonora deste filme). Um outro é uma conversa que Sam e Andrew têm numa piscina, na qual ele fala dos regressos a casa e da impossibilidade de se regressar verdadeiramente a casa, a partir do momento que a deixamos. E é essa cena que deixo aqui. (Em baixo, têm a transcrição).



"You know that point in your life when you realize that the house that you grew up in isn't really your home anymore? All of the sudden even though you have some place where you can put your stuff that idea of home is gone.
(...)
You'll see when you move out it just sort of happens one day one day and it's just gone. And you can never get it back. It's like you get homesick for a place that doesn't exist. I mean it's like this right of passage, you know. You won't have this feeling again until you create a new idea of home for yourself, you know, for you kids, for the family you start, it's like a cycle or something. I miss the idea of it. Maybe that's all family really is. A group of people who miss the same imaginary place."


E já agora, aproveito para deixar duas músicas dos The Shins: "New Slang" (através da qual Andrew conhece a banda) e "Phantom Limb", uma das que eu mais gosto (o vídeo da música é muito bom).

The Shins – “New Slang” (Oh, Inverted World)


The Shins – “Phantom Limb” (Wincing the Night Away)

1 comentário:

Curufinwë disse...

A minha opinião, como sabes, é ligeiramente diferente da tua no que diz respeito ao filme (não ao Zach Baff). Não acho de todo que seja um mau filme (muito pelo contrário!). Começa muitíssimo bem, mantém o nível até meio e, depois, infelizmente, parece-me, a mim, não ir a lado nenhum e, como tal não me deixa marcas. Talvez esteja contaminado por cheap thrills ou por argumentos tipo "soco-no-estômago".
Bom, o que interessa é que as opiniões são relativas e os gostos diversos (ainda bem!), mesmo quando aproximados.
Concordo contigo, no entanto, quanto à cena da piscina - é, realmente, um bom momento.

Mas, estranhamente, o objectivo inicial deste comentário eram os The Shins que soam (principalmente a 2.ª música), francamente, bem.

Vou ter de perder um tempinho na Net e ver se descubro mais alguma coisa.