quarta-feira, 14 de maio de 2008

Iron Man kicks ass!


Fui ontem ver essa “pérola” das adaptações da 9.ª Arte, que é o Iron Man.
Não sendo, inicialmente, uma das minhas personagens favoritas, sempre nutri um (não-exclusivo) carinho especial pelo “Homem-de-Ferro” (como eu o conheço), por pertencer àquele punhado de super-heróis que me viram crescer. Com o passar dos anos, com a maturidade que, felizmente, a Marvel lhe incutiu e, eventualmente, (não tenho bem a certeza desta parte...) o meu próprio amadurecimento, foi, gradualmente, tornando-se-me bem mais caro que os demais.
De forma sucinta, no que diz respeito à BD, fazendo a sua 1.ª aparição em 1963, na Tales of Suspense, pela mão dos seus criadores Stan Lee, Larry Lieber, Don Heck e Jack Kirby, Anthony Stark começa por ser um génio científico (rivalizando com Reed Richards, o Senhor Fantástico) que, numa situação de clausura e ferido mortalmente, cria uma máquina (leia-se “armadura”) com o intuito único de o manter fisicamente estacionário, até poder ser submetido a uma intervenção cirúrgica. Essa armadura acaba por se tornar o instrumento da sua fuga, revelando, assim, um potencial insuspeito para Tony. Sempre na linha da frente relativamente aos avanços tecnológicos, os rendimentos das Indústrias Stark acabam por alimentar o dispendioso e irresponsável estilo de vida de um já curado playboy Tony Stark. Mas, secretamente, a sua maior criação, a armadura, nunca caiu no esquecimento, sendo, continuamente, aprimorada e apresentando várias versões ao longo dos tempos. O Homem-de-Ferro transforma-se num herói, fazendo parte, mais tarde, dos Vingadores (Avengers, para os mais miúdos!).
O que o arranca, no entanto, para mim, à sua bidimensionalidade são a actual verosimilhança do seu fato, os seus problemas de alcoolismo (algo pouco comum nos comics convencionais), o revelar da sua identidade ao mundo (juntamente com o Homem-Aranha), como consequência da saga Civil War, a posição desconfortável, paradoxal e antagónica que assume perante o Capitão América e a sua facção de super-heróis, durante o decurso dessa mesma Civil War e que inspirará o assassinato deste último por um sniper, e, finalmente, a sua substituição de um desaparecido Nick Fury como director da agência mundial de defesa S.H.I.E.L.D..
No filme (sem revelar o que quer que seja) encontra-se o que de melhor há na BD. Uma óptima escolha de actores e respectivas interpretações (das quais a de Robert Downey, Jr. é brilhante), acção na medida certa, umas ligeiras pinceladas humorísticas, um (inesperado) realismo, alguma tridimensionalidade psicológica, CGI em porções plenas de bom gosto, uma história simples, mas coesa, que conta as origens do herói sem “massacrar” o veterano conhecedor da personagem, e (terrivelmente importante!) uma armadura (mesmo estando no domínio da fantasia) totalmente credível e funcional, é o que podem esperar de Iron Man, tudo doseado e temperado sem excessos e com a mestria de um verdadeiro chef.
Tinha algumas expectativas e entrei com uma boa disposição no cinema, mas, apesar disso, fui surpreendido positivamente. Dos filmes baseados em banda desenhada, está ao nível de Spiderman (1 e 2, somente) ou Batman Begins.
Espero que Hellboy 2 e The Dark Knight Returns me mereçam, mais tarde, uma crítica favorável aqui, mas, para já, os meus 4 euros foram extremamente bem gastos!

Nota: mais uma vez Stan Lee está lá – tentem descobri-lo!

Ilustrações de Iron Man: Adi Granov.

6 comentários:

horned_dog disse...

Eh pá, lá estás tu a deixar-me com água na boca. Principalmente porque tão cedo não consigo ver isto em inglês, com a mania que estes alemões têm de dobrar (ou deveria dizer "partir"?) tudo...

Ó rapaz, porque é que não falas de coisas assim para o desinteressante, tipo comédias românticas de domingo à tarde ou telefilmes a puxar o drama, da TVI?!

Maldito sejas!
Agora, com a vossa licença, vou ali partir um bocado da mobília à cabeçada e volto mais tarde!

horned_dog disse...

E o que também é bonito de ver é que malta do ofício da crítica, também aprecia este Iron Man, como pode ser verificado aqui:

Ebert & Roeper
http://bventertainment.go.com/tv/buenavista/ebertandroeper/index2.html?sec=1&subsec=5737

e

Rotten Tomatoes
http://uk.rottentomatoes.com/m/iron_man/

- não que eu alguma vez duvidasse da tua palavra ;-)

Curufinwë disse...

Vou ver se encontro, aqui em casa, alguma coisa com o Ben Affleck para te recomendar...

A sério, tens mesmo de ver o Iron Man. Não merece a Palma d'Ouro, mas merece, definitivamente muitas palmas :)

Abraço!

Curufinwë disse...

E foi finalmente financiado pela Marvel como diz o Rotten Tomatoes.

Chega de encher os cús da Sony e da Fox!

Kaamuz disse...

Também se não financiassem algo que só puxa a reputação do super-herói para cima (positivamente)...

Eu descobri o Stan!
O Tony até lhe dá uma palmadinha e tudo, hehe X'D

(Eu continuo à espera que o D.K. venha e parta tudo; ansiedade não falta..)

Curufinwë disse...

Fico contente que tenhas gostado do filme Espigõum, porque realmente, dentro do seu género, vale mesmo a pena.

Vamos ver quem mais consegue encontrar o Sr. Lee...