terça-feira, 13 de maio de 2008

Fátima é, alegadamente, uma grande farsa

Hoje, dia 13 de Maio, comemora-se mais um aniversário das alegadas aparições de Fátima. Alegadas porque, para quem não acredita, como eu, em semelhante fantochada, é difícil ouvir, ano após ano, por parte da comunicação social (que tem, claro, um papel importante na formação de mentalidades), a referência às aparições, com tal verdade, que até parece haver provas cabais de que tal fenómeno tenha acontecido. E fazem-no com uma displicência, capaz de fazer corar qualquer estagiário de Jornalismo.
As alegadas aparições que ocorreram em Fátima são, para mim e não só, uma das farsas mais bem montadas da (e pela) Igreja Católica. É impressionante como, mais de 90 anos depois, em pleno século XXI, com o advento da (nano)tecnologia e com todos os avanços a nível científico, esta farsa continua a convencer e a mobilizar milhões de pessoas. Aqui, dou o braço a torcer, e reconheço o mérito de quem conseguiu fabricar tal encenação.
Eu não sou católica, mas cresci no meio de uma família católica (fui baptizada) que acredita piamente neste fenómeno. Ou seja, durante grande parte da minha vida, ouvi falar de Fátima com uma devoção admirável e de Lúcia com uma admiração inexplicável. Mas, por favor, não confundam catolicismo com estupidez (embora, às vezes...). Há muitos bons católicos que também não engolem esta história! Talvez o mais conhecido de todos seja Mário de Oliveira, (ex) padre que, não conformado com as mentiras que a Igreja Católica insiste em perpetuar, publicou já dois livros em que desmascara o fenómeno de Fátima.
Como se sabe, há várias teses que tentam explicar o que verdadeiramente aconteceu. E há teses para todos os gostos, que até envolvem explicações ovnilógicas. Mas como em tudo na vida, há que ter bom senso e ser racional. E tendo em conta a época em tudo isto, supostamente, se passou (1917), não é preciso ir muito longe para se perceber quais foram os ingredientes necessários para criar tal embuste. Ora vejamos:
- um regime republicano que pretendia a separação da Igreja e do Estado;
- um grupo de membros do clero, ressentidos com a perda de privilégios e de poder;
- um país a pedir paz e conforto espiritual após a 1.ª Guerra Mundial;
- um país com um povo analfabeto e na miséria;
- ideais comunistas à solta por alguns países europeus.

Era necessário portanto, um milagre. E foi isso que aconteceu! Pobres pastores, mal sabiam eles o que lhes estava guardado. Jacinta e Francisco morreram novos, mas Lúcia, que viveu muitos anos, foi uma verdadeira vítima deste teatro. È espantoso que a criança que supostamente teve o privilégio de ver Nossa Senhora, que à partida seria boa, virtuosa, tenha sido enclausurada para o resto da sua vida! Afinal, que perigo representava ela? Não poderia ela partilhar afinal a sua sabedoria com os restantes fiéis?

As peregrinações anuais ao santuário (que, ironicamente, quase todos os anos resultam em atropelamentos para alguns peregrinos... é curioso que estes católicos devotos, não usufruam de protecção divina, em tão abnegada jornada...), as promessas, as ofertas, enfim, toda esta promíscua troca de favores entre os desesperados crentes em aparições (mas descrentes no Homem, no progresso e na ciência) e a entidade divina e bondosa, que tudo perdoa, mas que aparentemente precisa de um subornozito para interceder, são a prova final da crendice e beatice de um povo que não acredita em si mesmo, nas suas capacidades e não se consegue superar.

Mas verdadeiramente criminosa é a atitude da Igreja, cúmplice de tudo isto. A Igreja, que se alimenta da fraqueza, da “fé”, do desespero de milhões de pessoas com problemas que, não tendo capacidade de se ajudarem a si próprias, recorrem a outros subterfúgios. E assim se alimenta um negócio de milhões, livre de impostos e muito útil para manter a ordem social. Deus agradece!

5 comentários:

horned_dog disse...

Minha caríssima amiga, permite-me por favor, um pequeno reparo. Esqueceste-te de mencionar mais um dos factores que tiveram influência nesta história toda. O vinho. Elemento de vital importância na nossa cultura (à época e não só) pois já Salazar dizia que o vinho dava de comer a 1 milhão de portugueses. E parece-me que foi isso mesmo que aconteceu, naquele dia de Maio, com o pequeno-almoço dos pastores, reforçado com "sopas de cavalo cansado"!

De resto, estou absolutamente de acordo!

Soneca disse...

Tens toda a razão! Só não mencionei ainda mais coisas, porque o post já estava, digamos, grandito. Mas essas sopas de cavalo cansado, talvez misturadas com os cogumelos selvagens que costumam aparecer nas zonas rurais, deu no que se sabe! Mas pensando bem, juntar bebida e cogumelos e depois ver uma mulher que parece um anjo em cima de uma azinheira, não é muito diferente daquilo que se passa hoje no mundo da noite. Quantos já não misturaram álcool e "cogumelos" e não viram depois umas tipas, em cima de umas colunas, que também lhes pareciam lindas como anjos. Mas no dia a seguir isso normalmente passa!

Kaamuz disse...

Neste caso, no dia a seguir estavam a ressacar enclausorados numa qualquer cave de convento praí.
Desconhecia sobre o dito padre decidido a desafiar os 'abafos' da igreja('i' pequeno propositado).
É bom que o 13 de Maio sirva tmbm para nos lembrarmos da tristeza que representa.
Só é pena que não seja feriado.
<:')

Curufinwë disse...

Depois da tão eloquente e extensa opinião, não há muito que deva (embora possa!) acrescentar.

Tenho só uma coisa a deixar aqui, que tem sido o mote da minha vida espiritual: não devo (embora possa!) acreditar num Deus que criou o Homem à Sua imagem divina, mas com polegares oponíveis...

Anónimo disse...

Creio com certeza que aconteceu uma aparição naquele dia de maio de 1917. Mas não foi, de maneira nenhuma, mãe do Senhor JESUS CRISTO que apareceu lá. Assim como satanás apareceu para Maome, se dizendo o "anjo Gabriel" - a Bíblia nos avisa quanto a isso (Segunda Carta aos Coríntios cap.11 vers.14), assim também o próprio satanás, para enganar outros povos, se transfigura em mãe de Jesus para aprisionar muitas pessoas com doutrinas e ensinamentos diferentes que a Palavra de DEUS já nos ensinou. Leia a Carta do Apóstolo Paulo aos GÁLATAS cap.1 vers.8 e 9.